Páginas

domingo, 28 de novembro de 2010

O diabo vive

Este sou eu.
Esta criatura breve e terna
que tenta visitar o mundo antigo.
Em Paris o que sou? Este homem da América do sul.
Este astronauta.
A peste de Artaud.
Sou um pântano tenebroso.
Um rio fundo como o Amazonas.
Este mar que não vejo há anos.
Esta paz. Esta fome.
Desencontro.
Sempre o desencontro.

[Passei por aqui hoje porque tive saudades. "O livro da embriaguez" é esta voz que vive em mim desde 2006. Um voz corrosiva. Faz quatro anos que eu parti do inferno em Juquiá. Agora estou aqui e Deus não aparece. O meu diabo é silencioso. Continuo vivo. Um pouco mais atento].